RAIMUNDO PERES GESTOR TURISMO
*Texto adaptado de artigo publicado na REVISTA ACADEMIA BRASILEIRA DE EVENTOS E TURISMO em 07/2024-10
A título de informação:
Currículo de RAIMUNDO PERES
Família
Casado com a médica Maria Edite Gouveia Amorim, é pai de quatro filhas: as médicas Amine, Dulce e Larissa, mais a advogada Winny. Por feliz coincidências, todas são casadas com médicos, e que presentearam os avós com oito netos.
Raimundo Peres, com sua esposa Maria Edite (Ditinha) e suas quatro filhas: Amine, Winny, Dulce e Larissa.
Formação
É graduado em Administração de Empresas pela Escola de Administração da UFBA Universidade Federal da Bahia no ano de 1972, e Pós-graduado e com Mestrado pela EAESP/ FGV – Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
Possuí Especialização na área de Marketing.
Como experiência profissional, soma mais de 30 anos de experiência no setor de estratégia, planejamento e marketing turístico, atuando como Executivo de Turismo desde 1991, quando iniciou trabalhos neste segmento a convite de Paulo Gaudenzi, quando este era Secretário de Turismo da Bahia, iniciando um trabalho que iria transformar o turismo daquele Estado.
É sócio e Consultor da CONEMAR – Consultoria e Marketing Ltda e ocupa ainda a Cadeira 19 da Academia Brasileira de Turismo, cujo o Patrono é Alberto Santos Dumont.
RAIMUNDO PERES GESTOR TURISMO
Parte 1:
Histórico de Vida
De uma prole de 12 filhos, foi o último a nascer, chegando a este mundo no dia 29 de Junho de 1947.
Seu pai, Oswaldo Garrido Peres, de origem espanhola, migrou para o Brasil em 1916, com apenas 12 anos, fugindo do horror da 1ª Guerra Mundial que então assolava a Europa.
Chegando ao Brasil, foi criado por um padrinho, que o ajudou a iniciar-se no Comércio, atividade que exerceu por toda a vida.
Sua mãe, Dulce Argolo Peres, brasileira descendente de portugueses, era dona de casa, e se dedicou totalmente à criação dos filhos, enquanto seu pai trabalhava duro para sustentar a família.
Com esta vida intensamente laboriosa, seus pais à época não puderam dar continuidade aos estudos.
Mas o pai gostava muito de leituras de conteúdo histórico e religioso.
Tinha como livro preferido o Conde de Monte Cristo, tendo os nomes de seus cinco filhos extraídos de personagens deste livro: Haydée, Edmundo, Fernando, Dulcinéa e Eliete.
Por sua atividade no comércio e da cultura socioeconômica da época, seu pai achava que o segundo grau já bastava para poderem se dedicar ao Comércio, donde deveriam tirar os seus sustentos e assim prosperarem na vida.
Assim sendo, todos os irmãos homens, terminado o segundo grau, foram trabalhar com o pai.
Já as irmãs formaram–se em Contabilidade e Curso Normal, nível médio.
Os irmãos, uma vez casados, e já com experiência no comércio, receberam uma loja própria para tocarem suas vidas com independência.
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Parte 2:
Formação Acadêmica e início das atividades laboratoriais.
Porém, Raimundo foi o único dos filhos que, já vivendo uma nova época, conseguiu seguir na universidade, formando-se então em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) no ano de 1971.
Quando criança, durante as férias escolares, seu pai já o levava ao comércio da família, para ir se habituando com as diversas atividades do comercio.
E isso aconteceu em todas as férias de sua vida, até que, em 1970, a convite do Professor Luiz Pondé Barreto, foi estagiar na Ciquine – Companhia Baiana de Alimentos, atuando no ramo de Cervejaria.
O Professor Pondé era Diretor Comercial da referida empresa. Foi uma excelente experiência e muito contribui para que Raimundo ampliasse sua visão de mundo, entrevendo um novo mundo que logo já ansiava em fazer parte.
Em 1971, já formando como Administrador de Empresas, passou a ser Assistente Comercial, onde deu os seus primeiros passos como Executivo, chefiando a região Norte e Nordeste do Estado, mais a Cidade de Aracajú, podendo assim liderar uma equipe de oito Inspetores de Campo, todos bem mais velhos do que ele.
Depois de três anos na Ciquine, foi convidado pelo Professor João Vargas Leal para participar da Implantação do Departamento de Marketing do Banco Econômico.
Tendo sido este Professor de Raimundo nas disciplinas de Marketing, foi também um grande influenciador para que Raimundo se especializasse na área de Marketing.
Nesta mesma época, o professor Pondé, passou a exercer a função de Diretor da Escola de Administração de Empresas da Universidade Católica de Salvador, o convidou para assumir a Coordenação Acadêmica nesta conceituada instituição de ensino.
Nesta época, trabalhava dois turnos na Universidade (manhã e noite) e à tarde dava expediente no Banco Econômico.
Em 1972, quando fazia o Curso de Pós-Graduação em Especialização na área de Marketing e atuava como Coordenador Acadêmico da Escola de Administração da Universidade Católica de Salvador (EAE-UCSAL), ajudou a implantar e participou de um Convênio entre a EAESP e a FGV (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), que tinha como principal objetivo a capacitação de Professores, podendo ingressar no Curso de Mestrado nesta mesma instituição na capital paulista.
O Mestrado e o retorno a Salvador
Durante o Mestrado, teve oportunidade de lecionar também no MBA da FGV em São Paulo. Também foi convidado para participar como Professor do PNTE-Programa Nacional de Treinamento de Executivos, um convênio entre a FGV e o Ministério do Planejamento (na época Ministro Reis Veloso).
Aqui Raimundo Peres ficou responsável por treinar Executivos de Empresas que solicitavam recursos da SUDENE e do Banco do Nordeste.
Terminado o mestrado e na volta a Salvador, em 1974, teve uma experiência profissional e acadêmica bastante diversificada em cargos diretivos.
Lecionou na EAE-UCSAL e na Escola de Administração de Empresas da Bahia por 14 anos, ensinando as áreas de Marketing e Diretrizes Administrativas.
Atuou tanto no setor público quanto no setor privado, passando por desde Centro de Pesquisa, até empresas de Varejo, Propaganda, Habitacional, Meio Ambiente, Agrícola, Industrial e Serviços Públicos, sempre dividindo e ampliando sua expertise nas áreas de Marketing, Administração e Finanças.
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Parte 3:
A introdução ao Turismo em Salvador/BA
Finalmente, já no ano de 1984, Raimundo Peres teve o seu primeiro contato com o turismo, na época convidado por Paulo Gaudenzi quando este era o Secretário de Turismo da Bahia, para então discutir o Planejamento Estratégico para a Bahiatursa, tendo como principal objetivo fazer a Bahia entrar no mercado turístico internacional.
E buscando ainda fomentar o mercado nacional, regional e local. Paralelamente, na época trabalhavam ainda pela instalação de um Sistema de Informação Gerencial (SIG).
Infelizmente este projeto foi interrompido em 1986, por conta da troca de governo, quando Waldir Pires assumiu como Governador do Estado da Bahia.
Mais tarde, agora por meados do início de 1991, Paulo Gaudenzi convidou Raimundo para assumir as áreas de Promoção na Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, trabalhando ai este então, juntamente com Virgínio Loureiro, que tinha sido antes Aluno e Assistente de Raimundo, e mais tarde também assumindo como Professor na cadeira de Marketing da EAE-UCSAL.
Neste período, Gaudenzi, durante a sua gestão coo secretário, perseguia o fundamento principal da inovação, e explicou a Raimundo que, um dos requisitos para a sua contratação, havia sido a falta de experiência anterior, tendo então a mente aberta para tudo que fosse novo, sem vícios de comprometimento com o que já existia até então.
A Bahia até aquele momento estava totalmente fora do mercado de turismo mundial. Juntos, revitalizaram o Planejamento Estratégico fazendo com que fosse possível a entrada no Mercado Internacional e a elaboração de um Plano de Captação e Promoção de Eventos, prioridades do então Secretário de Turismo da Bahia.
No mercado Internacional, trabalharam para uma definição da estratégia para o investimento dos recursos a serem investidos, buscando resultados tanto a Curto, como também a Médio e Longo Prazo.
Como estratégia de ação, os gestores de então dividiram os Mercados Internacionais Emissores em categorias, a saber: ÂMAGO, BÁSICO E MARGINAL.
1 – MERCADO ÂMAGO – Formado por destinos internacionais emissores para o Brasil com ênfase no mercado Europeu e Sul Americano, tais como: Alemanha, Itália, Espanha e Argentina;
2 – MERCADO BÁSICO – Mercados internacionais em que tinham tradição das pessoas viajarem para outros países, mas que por algum motivo não priorizavam o Brasil, tais como: França, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos e outros países Europeus;
3 – MERCADO MARGINAL – Países de grande população, em ascensão econômica e começavam na década de 90 a motivação para viajarem, tais como China e países do Leste Europeu.
Com um forte apoio da VARIG e outras empresas aéreas associadas, sempre em parceria com as operadoras que já trabalhavam nesses mercados, buscou-se definir segmentos que tivessem interesse em Sol, Praia, Cultura e História, criando ainda em cima destes pilares como motivação complementar, a Música, a Dança, o Folclore e a Culinária.
Os resultados destes trabalhos todos do turismo conhecem.
Para concorrer diretamente com o Rio de Janeiro, que na época dominava o mercado internacional, foi necessário ser criada uma demanda consorciada para o Nordeste, daí a ideia de Paulo Gaudenzi de fortalecer a CTI Nordeste e participar das Feiras Internacionais com estandes destacados e diferenciados.
Concomitante à participação destacada nas Feiras para a promoção regional, foi feito uma parceria com as companhias aéreas para viabilizar voos diretos dos mercados emissores selecionados para estados do Nordeste, com o compromisso da Bahia de fazer o lançamento dos voos em alto estilo com Workshops, seguidos de show típico com as bandas baianas de grande sucesso na época, danças típicas e culinária regional.
Eulógio Rodrigues, Vera Sanches, Regino Cruz e Raimundo Peres no lançamento do LatinCaribeBureaux.
Ao lado de sua esposa, a médica Maria Edite, participando do ICCA – International Congress and Convention Association, em Istambul, Turquia.
Feijão Amigo em Foz do Iguaçu.
O Nordeste passou a fazer parte da vitrine dos destinos emissores internacionais. O gargalo foram os voos internacionais que aportaram na região, pois, até então, a tradição era o Rio de Janeiro e São Paulo.
E Paulo Gaudenzi, como Secretário de Turismo da época, conseguiu junto ao Governador Antônio Carlos Magalhães a isenção do ICMS da gasolina, por quatro anos, fazendo com que as companhias aéreas abastecessem em Salvador, criando assim um hub na Região.
Deve-se enfatizar que, mesmo com esta isenção do imposto, o ICMS do estado teve um incremento de 30%, decorrente principalmente do aumento do fluxo turístico.
Quanto ao fomento ao mercado nacional foi feito uma estratégia semelhante, priorizando os Estados do Centro Oeste, tradicionais emissores Brasileiros, tendo em foco também a até então, meio que esquecida Região Nordeste, a começar pelas cidades do interior baiano, buscando formar-se uma demanda turística regional para Salvador e outros polos turísticos do Estado, como Porto Seguro, Costa do Cacau, Costa do Dendê, Recôncavo Baiano, etc.
E todos estes polos passavam ainda por uma nova estruturação turística, visando a implementação do turismo Rodoviário.
Assim, toda a infraestrutura turística do Estado, especialmente na Capital, Salvador, evoluíram bastante, com ênfase no turismo receptivo, na hotelaria, bares e restaurantes, atrações internas etc.
Também no segmento do Turismo de Eventos, o Estado estava praticamente paralisado, sem nenhuma ou pouquíssimas estruturas oferecidas, principalmente pelos hotéis, e o Centro de Convenções da capital baiana na eminência de se transformar em um supermercado.
Não à toa, os empresários se mostravam altamente desmotivados, muitos deles falando até em mudança de ramo.
Também se notava uma péssima infraestrutura de serviços, uma situação de verdadeiro caos instalada.
Com Sergio Camilo, presidente da Abeoc em 1993, Juarezinho da JZ Associados, e Sérgio Redó, Presidente do Anhembi Expocenter.
Paulo Gaudenzi abrindo o 4º Congresso Brasileiro de Eventos e 1º Congresso de Brasileiro de Eventos do Mercosul, em Salvador na Bahia.
Ocupando a Mesa de Honra na cerimônia de abertura do 4º CBE e 1º CBM, em Salvador na Bahia.
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Foi então que esta força tarefa que Raimundo se orgulha de ter feito parte, iniciou seu trabalho principalmente em duas vertentes: a primeira focada na infraestrutura interna, buscando-se levantar o ânimo do empresariado local e dos prestadores de serviços, o que para tanto foi criado um crédito especial para a revitalização física dos equipamentos hoteleiros e a aplicação de um plano de treinamento e capacitação da mão de obra.
A outra vertente deu-se no sentido de estimular “decisions makers”, a trabalhar no sentido de atrair eventos para o Estado. Priorizou-se inicialmente o segmento de eventos médicos, com o aproveitamento dos centros de excelência local. Nesta época (década de 90), o grande boom do turismo estava sendo o setor de Congressos.
De forma prática, foi criado o Programa VIVER BAHIA, visando reunir lideranças nas principais especialidades.
Realizava-se reuniões nos hotéis nos finais de semana (6ª a domingo) a fim de motivar estes líderes de cada segmento, e junto com a Bahiatursa, trabalharem no sentido de captarem eventos, mostrando-lhes o que estava sendo feito para a recuperação do segmento de eventos locais e o que estaria sendo oferecido adicionalmente às entidades Nacionais e Regionais que optassem pelo destino baiano.
Na hotelaria, preços diferenciados para hospedagem dos congressistas, cessão de espaço para eventos nos hotéis que proporcionassem um mínimo de setenta por cento de ocupação dos quartos, e a suíte vip de cortesia para a presidência da entidade ou do congresso.
Sendo assim a Bahiatursa distribuiu a sua primeira folheteria, enfatizando que o destino oferecia ainda ao evento que por aqui acontecesse, um show de uma banda baiana de sucesso, no início ou encerramento do congresso, com o objetivo de atrair pelo menos 30 % de acompanhantes.
Ainda a Secretaria de Turismo se comprometia a trabalhar ao lado da liderança local na captação do congresso e a realizar promoção no evento da entidade nas edições imediatamente anteriores.
Conseguiu-se assim reunir no programa VIVER BAHIA cerca de 150 lideranças da área de saúde locais, criando o título de Embaixadores do Turismo de Eventos da Bahia.
Este programa contou ainda com a parceria estratégica de companhias aéreas nacionais, responsáveis por oferecerem tarifas promocionais e cortesia de passagens nas ações de captação e promoção dos eventos.
Os resultados foram alvissareiros e, em três anos de trabalho, a Bahia era um dos principais destinos na realização de Congressos Médicos, trazendo as edições nacionais das principais especialidades.
E em cinco anos ali já tinha sido realizado a versão nacional de todos os grandes congressos médicos das maiores especialidades.
Numa etapa posterior, ainda dentro do Programa VIVER BAHIA, foi feito uma parceria com as Operadoras de Incentivos e Convenções, IT Viagens de Incentivo, De Simone Associados, Incentive House e Brasil Destination, no qual estas empresas se comprometiam a levar a Salvador os seus principais clientes, afim de verificarem “in loco” toda a infraestrutura instalada para realização dos referidos eventos.
O sucesso foi estrondoso, não só pela infraestrutura física, operacional e de serviços existentes, mas acima de tudo a mística de atrativos mágicos que o destino oferecia. De Simone chegou a realizar 100% dos eventos referentes aos “decisions makers” com os organizadores que haviam sido levados a Salvador, dentro do programa VIVER BAHIA.
Com Caio Luiz de Carvalho, Sergio Redó, também diretor da Embratur da época, durante cerimônia de abertura da Feira do 4º CBE e da 1º CBEM.
Comitiva brasileira participando da reunião do capítulo latino americano da ICCA – International Congress and Convention Association, na cidade de Quito, capital do Equador.
Com Twica, presidente do Minas Centro, em 1992.
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Cumpre-se ainda enfatizar que Raimundo Peres participou da realização desses trabalhos em dois tempos.
Nos primeiros quatro anos, como membro direto da equipe de Paulo Gaudenzi na Bahiatursa, havendo um intervalo de dois anos, quando passou a atuar na iniciativa privada.
Finalmente retornou em 1998, agora como Superintendente do Salvador da Bahia Convention Bureau, convidado também por Paulo Gaudenzi.
Segundo ele, este órgão, cuja gestão havia sido totalmente entregue aos empresários, não vinha tendo bons resultados.
Convém frisar que à frente do Turismo de Eventos através de um Órgão Oficial de Turismo, sempre procurou-se seguir o modelo efetivamente de um Convention & Visitors Bureau.
Ainda em 2005, recepcionando o então presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, no estande da Bahia, durante edição da BNTM – Brazil National Tourism Mart.
Lançamento do projeto “500 Portugueses para Participarem dos 500 Anos do Brasil”, uma das iniciativas para marcar os 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500.
Uma carreira construida em cima da disseminação do conhecimento, feita principalmente através de palestras e de cursos para a área acadêmica e de treinamentos.
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Parte 4:
Foz do Iguaçu/PR – Atuação à frente do ICVB – Iguassu Convention &Visitors Bureau e na Secretaria de Turismo de Foz de Iguaçu
Ao final de 1999, quando da realização da ABAV na Bahia, procurado por um grupo de Empresários de Foz do Iguaçu, Raimundo Peres foi convidado para assumir o ICVB – Iguassu Convention & Visit Bureau. Para o executivo de turismo aquele convite foi uma grande surpresa, e ele se comprometeu a fazer um diagnóstico preliminar do destino para mais tarde se pronunciar.
Neste estudo, logo Raimundo identificou o potencial enorme do destino, ainda que com um intenso trabalho de Marketing a ser feito.
Ao inclinar-se a aceitar o convite, elaborou um Plano de Marketing preliminar e apresentou aos empresários locais participantes do ICVB, e de acordo com a receptividade para as suas idéias para o destino, aceitaria ou não o desafio .
Mas afinal, este plano foi de pronto aprovado e os empresários aproveitaram para já fazerem uma proposta formal para que Raimundo iniciasse seus trabalhos transferindo seu domicílio para Foz do Iguaçu.
E coincidência ou não, esta proposta chegou num momento no qual crescia no interior de Raimundo um desejo de seguir sua carreira experimentando novos destinos e novos desafios.
Assim sendo, logo ele mudou-se para Foz do Iguaçu, acompanhado de esposa e filhos, sendo recebidos todos com muito carinho.
Raimundo gosta de se lembrar de que um dos motivos para que tudo desse certo em Foz foi o total apoio recebido por parte do empresariado local, que desde o primeiro momento acreditaram em dias melhores e que realmente mudanças seriam necessárias, e muitas das vezes, bem vindas!
Logo ao chegar notou que o desfio talvez pudesse ser mais trabalhoso do que imaginava, porque pôde constatar que, apesar do local paradisíaco que o destino se mostrava nos cartões postais e fotografias, havia muito o que se trabalhar!
E não só no aspecto de infraestrutura, mas também, e às vezes principalmente, na mentalidade do empresariado local, pois estavam podemos assim dizer, “mal acostumados” com o intenso movimento proporcionado pelo enorme fluxo de “muambeiros” na época, quando circulavam por aqui imagina-se até 20.000 pessoas por semana, grande parte somente para chegar ao amanhecer, carregar a mala no Paraguai e partir no anoitecer ou na alvorada do dia seguinte.
E este bate-e-volta movimentava bastante a economia da cidade, ao mesmo tempo que deteriovava o destino como destino turístico.
Não eramos conhecidos como a Terra das Cataratas, e sim como a Terra da “Muamba”.
Apesar de poder até ter rendido algum dividendo para a economia local e feito com que alguns negócios se iniciassem e prosperassem, no fundo no fundo, o empresariado local queria mais, queria que nossa cidade fôsse vista sim como destino turístico, uma cidade para você vir acompanhado de sua família e permanecesse aqui, por dois, três ou mais dias.
E a realidade é que encontrou aqui um produto turístico altamente diferenciado sendo mercadejado para um segmento errado.
E assim, o seu plano de trabalho iniciou-se pelo básico: um trabalho de reconstrução da imagem para o destino, tanto externamento quanto externamente, pois parte do empresariado estava acomodada e mesmo achando que isto era o que a cidade poderia aferir ao explorar o turismo, mais e mais “muambeiros” chegando por aqui para carregar seus ônibus e outros meios de transportes utilizados.
Para que este caminho pudesse a iniciar um mudança de direção, bucou-se uma identidade para o destino iguaçu, e para isto construiu-se uma marca para o destino, denominada na época de Iguassu Foz.
Um espetacular material publicitário foi produzido, tendo como âncoras as Cataratas do Iguaçu e a Itaipu, na época a maior hidroelétrica do mundo .
E outros atrativos iam na esteira mostrando que o destino tinha sim muito oferecer, não só na área de compras de passeios, mas também na área gastronômica e cultural.
E este movimento também serviu de incentivo para que o empresariado local colocasse seus conhecimentos e criatividades em prática, para “inventarem” atrativos capazes de despertar o interesse do turista e pudessem ser vendidos pelas operadoras de turismo e guias.
Iniciou-se então o trabalho de projeção e lançamento destes produtos do destino no mercado Internacional, contando inclusive com a participação de atrativos das cidades-irmãs de Foz, Ciudad del Este no Paraguai e Puerto Iguazú, na Argentina.
Era imperativo que estas cidades se unissem e fôssemos reconhecidos como um só destino.
Esta união fortaleceu nossa participação em Feiras de expressão, como a ITB, FITUR, BTL, VAKANTIEBEURS (Holanda) e a FIT (Argentina).
Além disto, para se alcançar resultados ainda mais expressivos nestas participações, uma importante aliança estratégica com o nosso antigo rival, o Rio de Janeiro, foi feita.
Vislumbrando todo o potencial do mercado internacional, estavam sedentos por uma parceria no mercado nacional, e que não fosse o Nordeste, estes sim haviam se tornador concorrentes à época, por serem também um destino praia.
Raimundo Peres enxerga hoje esta parceria como de fundamental importância estratégica para o nosso destino em aquele momento, pois Foz ainda não tinha nenhum voo internacional.
E ao desembarcarem em outros destinos com “hub” internacional, deveriam pois sentirem-se motivados a seguirem viagem através de conexões domésticas.
O resultado desta estratégia foi um estrondoso sucesso e em três anos já havíamos ultrapassado Salvador na recepção de turistas internacionais.
Homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante cerimônia de posse da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.
Discurso de Posse do Acadêmico Raimundo Peres na Academia Brasileira de Eventos e Turismo.
Na Bahia
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RESULTADOS
Com estes resultados, os empresários locais que ainda não estavam totalmente participativos, abraçaram
de corpo e alma os projetos do Iguassu Visit Bureau e apontaram com um bom incremento de recursos, oriundos principalmente com a arrecadação do Room Tax, além do próprio aporte de capital ao ICVB.
E este capital foi inteiro usado buscando a manutenção e promoção do Destino, sendo motivo de orgulho para todos os envolvidos ser esta a maior verba de um Visit Bureau do país.
Com isto pôde-se assim investir maciçamente na recuperação física dos equipamentos e treinamentos de mão de obra, além da própria promoção do Destino.
A médio prazo notamos que o empresariado investia cada vez mais no segmento de eventos, resultando
disto salões cada vez maiores e melhores, destinados para convenções e outros eventos de maior porte, com o objetivo de atrair para o destino o segmento de Congressos e Convenções.
Ainda que como gestor de turismo Raimundo Peres apoiava e difundia este movimento, pois esta estratégia já havia sido bem sucedida em momento anterior de sua carreira, no renascimento da Bahia como destino turístico, e de Salvador como destino de eventos médicos e de saúde.
Agora em Foz, por sua conotação trinacional e de pluralidade de raças e culturas, seria um ponto a ser
desenvolvido com inúmeras possibilidades, pois as possibilidades do destino eram imensas, passeios, compras, e uma excelente infra-estrutura se formando com uma velocidade que impressionava.
em contrapartidaParalelo às ações no mercado internacional, foi desenvolvido também um trabalho visando a atração do
mercado interno, principalmente através da promoção de Road Shows e Workshops, concentrados nos mercados do Sul, do Sudeste e Interior do Paraná.
Por mais incrível que pudesse parecer, descobriu-se que boa parte dos brasileiros não conheciam Foz ou tinham uma péssima imagem do destino, sendo visto como destino de muambeiros.
Por isto mesmo, as ações buscando resgatar a imagem do destino não cessaram nunca, investindo-se nesta mudança de imagem quase tanto o que era investido na construção de infra-estrutura.
O contrato firmado com o ICVB visava resultados mais palpáveis a médio e longo prazo, em até cerca de 5 anos.
Mas para a satisfação de todos, já nos primeiros seis meses de trabalho os objeivos gerais já vinham sendo alcançados e a demanda por leitos e locais para eventos era cada vez maior, obrigando mesmo a
trabalhos de reforma e ampliação da estrutura local, enquanto marcas de renome internacional por aqui
aportavam, ao mesmo tempo que a gestão privada do Parque Nacional do Iguaçu era tido como modelo para o turismo nacional.
Além isto, a conquista da Itaipu como importante aliada do turismo, com seus atrativos concorrendo para que mais e mais turistas por aqui aportassem, foram fatores preponderantes para que o turista viesse e
permancesses por mais dias, mudando de sobremaneira aquela condição de bate-e-volta presenciada antes, gerando receita e desenvolvimento para a cidade.
Com tudo isto, pôde-se enfatizar nos eventos por onde os nossos executivos de turismo passavam, que a
qualidade da infraestrutura dos equipamentos hoteleiros e de serviços de Foz do Iguaçu já naquela época estava bem acima da média nacional.
Após esta inesquecível experiência frente ao ICVB, Raimundo Peres teve ainda a oportunidade de dirigir o
Hotel Internacional Foz, um equipamento cinco estrelas vocacionado para o turismo de Eventos e Negócios.
Esta experiência durou cerca de dois anos, sendo classficada como uma excelente experiência no aspecto
gerencial e de poder aglutinar pessoas em torno de objetivos comuns, mas ao mesmo tempo algo muito absorvente.
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Parte 5:
Outras atividades
Como Presidente da Abraccef e do como Presidente do LatinCaribeBureaux
Não podemos contar a história de Raimundo Peres, sem relembrarmos suas participações voluntárias em
organismos e entidades voltadas ao desenvolvimento turístico, local, regional e global, durante diferentes períodos de sua carreira.
Ainda em 1994, face ao relevante trabalho desenvolvido por Raimundo Peres na Bahia, foi eleito Presidente da Associação Brasileira de Centro de Convenções e Feiras (Abraccef), entidade que tinha à
época como sua principal missão a de promover a criação e o aprimoramento de Centro de Convenções no Norte e Nordeste do País.
Como estratégia para alcançar este fim, a entidade trabalhava em ações que buscava-se estimular o surgimento de versões regionais de Eventos Médicos.
Objetivava ainda, em alguns Estados específicos, capitalizar esforços a serem aplicados na reestruturação e construção de áreas de Convenções e Incentivos.
Buscava também angariar novos associados para a entidade, o que era feito principalmente através de
reuniões da Abraccef com lideranças em municípios potenciais, mostrando aos governantes, autoridades locais e empresários a importância Econômica deste segmento.
Em março de 1995, Raimundo participa da realização ainda na Bahia, do 4º Congresso Brasileiro de Eventos e também do 1º Congresso de Eventos do Mercosul.
Trouxe pela primeira vez ao Brasil o presidente da ICCA – Peter Van Der Hoeven, além de especialistas de nível mundial do mundo de congressos, viagens de incentivos e convenções, parques e feiras.
Este foi o maior evento deste segmento realizado até então naquela região.
Por conseqüência ainda neste ano, Raimundo Peres seguiu para Cuba, donde participou de um Congresso durante o qual
foi idealizado o LatinCaribeBureaux que tinha como objetivo estimular o intercâmbio entre os eventos da América Latina e do Caribe, tendo como seu primeiro Presidente o Ministro de Cuba Eulógio Rodrigues.
Desse modo Participaram deste encontro vários brasileiros, destacando-se Sergio Junqueira, Anita Pires, Vera Sanches e ele, Raimundo Peres. Em 1996, foi eleito também o segundo Presidente desta entidade.
Não obstante algumas reuniões, o LatinCaribeBureaux não foi adiante, principalmente porque hoje nota-se que os seus propósitos estavam além do seu tempo.
Em 2010 foi Presidente do Júri do Prêmio Caio da Década, fazendo parte do grupo que elegeu o melhor “case” dentre os vencedores nas dez primeiras edições da premiação.
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Outras atividades na área de Consultoria
Por conseguinte Uma vez que na ocasião de sua transferência de Salvador para Foz do Iguaçu. Raimundo Peres estruturou o Conemar – Consultoria & Marketing Ltda.
O objetivo foi e continua sendo o de realizar palestras em diferentes locais do Brasil e também o de prestar consultorias executivas em diversos destinos brasileiros, especialmente no Nordeste.
Para tanto, realiza-se um diagnóstico e cria-se um planejamento estratégico para o destino, coordenando também a sua implantação e treinando equipes locais para a sua execução.
Visto que Raimundo Peres e sua equipe criam modelos próprios desenvolvidos durante o seu mestrado,
aprimorados ao longo da experiência profissional adquirida como gestor e executivo, adaptando-se estes modelos às especificidades de cada destino.
CONTATOS
EMAIL: conemar@gmail.com
FONE/WHATS: +55 45 99135-7535
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Desenvolvido por Marco Antonio com base em texto publicado em livro da Academia Brasileira de Eventos & Turismo. Para a Foz em Destaque.