PARQUE INDUSTRIAL TAIWAN ORIENTE
Quanto a cobiça, a corrupção e mentiras podem arruinar a vida das pessoas? Conhecendo esta história, verifica-se que estes vis sentimentos podem aniquilar até mesmo todos os projetos de vida e a própria dignidade das pessoas.
O sonho da Parque Industrial Oriente S.A. começou por volta de 1994, quando os governos de Taiwan e Paraguai buscaram formas de fortalecer suas relações e laços de cooperação econômica.
Para tanto, concluiu-se que um caminho adequado seria a construção de um parque industrial, onde
empresários taiwaneses ou não taiwaneses pudessem ali instalar suas indústrias e gerar renda e empregados.
O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, cientes do trabalho de Sr. Roberto Shih em CDE, entraram em contato com a Embaixada de Taiwan no Paraguai, a
fim de contatar o empresário, pois este já trabalhava em projeto de instalação de fábricas em CDE, através de seu Parque Industrial Oriente.
Este convite para fazer parte deste novo projeto que surgia foi uma iniciativa de ambos os governos. O objetivo seria envolver estes empresários no projeto do Parque Industrial, fazendo que o capital destes empresários fosse integrado ao fundo cedido por Taiwan para fomentar o projeto, na proporção 30% destes empresários e 70% do Governo Taiwanês.
E para que esse projeto desse certo, os dois países assinaram um acordo de cooperação, visando principalmente o fortalecimento de suas relações bilaterais.
Acreditando na idoneidade e no potencial deste projeto, o Sr. Roberto Shih decidiu então aderir a este convênio, utilizando uma propriedade de 40.000 hectares de sua propriedade, trazendo para este projeto outros empresários que, como ele, acreditaram nesta união, que buscava o desenvolvimento do Paraguai e da comunidade taiwanesa presente neste país, bem como o bom relacionamento entre os dois países.
O Governo de Taiwan montou um escritório em Taipei, convocando os investidores taiwaneses a participar e investir no Paraguai, incluindo o pagamento de suas passagens e diárias, que assim que chegassem ao Paraguai, seriam informados sobre o Projeto no mesmo local em o Parque.
Por isso mesmo, assim que chegavam, o Sr. Shih explicava a cada grupo sobre o Projeto e as vantagens
de investir no Paraguai, com a até então certeza de ser este um grande projeto com projeção de negócios em todo o Mercosul, com o apoio de ambos os governos.
Segundo o acordo entre os dois países, dos 13,5 milhões de dólares do custo total do projeto, Taiwan financiaria 70% (USD 9,5 milhões) e os empresários contribuiriam com os restantes 30% (USD 4 milhões).
E esses empreendedores também teriam 30 meses de carência para começar a pagar os valores de suas
dívidas, também divididas em parcelas anuais para quitar. A assinatura do contrato de empréstimo, assinado em junho de 1996.
Em pouco tempo, já instalados no terreno de cerca de 40 hectares, localizado no km 23 da Rodovia
Internacional em direção à capital Assunção, os empresários estavam todos ansiosos para se estabelecer e iniciar seus respectivos negócios.
Estes empresários no início custeavam de seus próprios fundos o início destes trabalhos iniciais com fundos próprios, devido ao atraso do governo de Taiwan, nesta operação representado pelo Fundo de
Cooperação e Desenvolvimento Internacional (TaiwanICDF), que utilizou o EXIMBANK para concretizar este acordo e supostamente fazer a transferência de contrapartida do governo de Taiwan.
Um dos fatores para esse atraso foi uma mudança dentro do comando no governo taiwanês, que ocorreu logo após a assinatura do acordo, acarretando também um mudança da tutela do ICDFE, que
inicialmente dependia do Ministério de Assuntos Econômicos, e a partir de julho de 1996 tornou-se parte do Ministério de Relações Exteriores de Taiwan.
À partir deste momento, é tratada a ideia de cancelar todos os cerca de 11 projetos de Parques Industriais iniciados pela administração anterior.
Assim, no final sobraram apenas os Parques Industriais do PARAGUAI e PANAMÁ, que se mantiveram
graças aos esforços diplomáticos dos países parceiros e ao forte lobby dos empresários-investidores, que portavam documentos de garantia protegidos por tratados internacionais de comércio.
Assim, o dinheiro que inicialmente deveria ter sido depositado em agosto de 1996 não chegou.
Desde então, houve vários pedidos de esclarecimentos por parte do PIT e consultas a esse respeito com os funcionários da Missão Técnica de Taiwan, que vinham inspecionar o empreendimento de tempo em tempo.
Mas buscando mesmo sabotar o Parque Industrial, apesar dos investimentos estarem indo muito bem,
estes enviados emitiam informes fraudulentos, apontando problemas na gestão e nos resultados do parque, que ia muito bem gerando lucros aos empresários.
Além destes relatórios enganosos, estes funcionários tentavam imputar acusações de conduta não lícita e
outros em relação ao Sr. Roberto Shih, um cidadão muito querido e respeitado dentro da comunidade taiwanesa, se orgulhando de estar no Paraguai já a quase meio século, e pela maior parte de sua vida.
Mas mesmo com todas estas dificuldades que vinha sendo enfrentadas, por fim, o dinheiro foi liberado
já em setembro de 1997, mais de um ano após a assinatura do convênio, principalmente porque o Presidente de Taiwan planejava uma visita ao Paraguai.
Mas mal foi enviado o dinheiro, a exigência de pagamento do empréstimo já se iniciou. O Parque Industrial bem que solicitou uma prorrogação do prazo, já que o dinheiro demorou cerca um ano para
chegar no Paraguai, mas esse pedido foi negado pelo ICDF, que ainda iniciou uma demanda judicial ignorando a inexistência do prazo antes acordado para os industrias honrarem os pagamentos.
Os investidores inúmeras vezes procuraram em diversas ocasiões chegar a um acordo quanto a prozo
para o pagamento. Mas a exigência do Governo de Taiwan era que a dívida fosse paga de acordo com o prazo antes firmado com a emissão de 10 notas promissórias, todas assinadas pelo Sr. Roberto Shih.
Em março de 2002, uma delegação chefiada pelo então representante taiwanês do ICDF de Taiwan, Pai Po
Lee, chegou ao Paraguai, supostamente para assinar um acordo que havia sido moldado em TAIPEI, com os empresários do PIT.
Mas para a surpresa de todos, durante a reunião com os empresários em Assunção, capital do Paraguai, Pai Po Lee simplesmente evadiu-se do local, e voltou para Taiwan com a falsa declaração de que o Sr. Roberto Shih não concordava com as cláusulas do novo acordo e não queria nem ao menos dialogar com o governo taiwanês a fim de acertar prazos e formas de pagamento adequados à atual realidade do negócio e satisfazer os interesses de ambas as partes, deturpando assim totalmente a informação em relação à pessoa do Sr. Shih.
Ainda confusos com a atitude de Pai Po Lee e sua comitiva, os empresários taiwaneses começaram a se preparar para o pior, situação que se concretizou com a reivindicação judicial do governo de Taiwan pela propriedade da PIO (desde 2005 denominada PIT) e das empresas que funcionavam lá.
Portanto, era certo que dentro do governo de Taiwan haviam pessoas ambiciosas e sem escrúpulos, que não se importavam com as vidas envolvidas neste projeto e queriam assumir o empreendimento de qualquer maneira.
No decurso do processo, o EXIMBANK, representado por Ching Nain Tsai, em cumplicidade com vários membros do TaiwanICDF, criou várias dificuldades que impossibilitavam os empresários do PIT saldarem as suas dívidas.
Por outro lado, o Poder Judiciário paraguaio esclareceu que, de acordo com a Constituição paraguaia, nem o Governo de Taiwan nem seus representantes poderiam ter propriedades industriais ou comerciais e nem mesmo empreender qualquer tipo de negócio no Paraguai.
Foi assim que, em abril de 2004, unicamente para operar o Parque Industrial, 4 indivíduos taiwaneses, todos ligadas ao Governo de Taiwan constituíram, no país do PANAMÁ, a “Paraguay Synthetic Corporation”, com um capital de somente US$ 10 mil.
Estes quatro taiwaneses foram identificados como sendo: Pai-Po Lee (presidente), Nan-Chang Chang (tesoureiro), Yen-Shin Chou e Chyi-Hway Gong (secretário). Eles são todos funcionários do TaiwanICDF e portadores de passaportes diplomáticos.
E mesmo com todas essas evidências, após diversas ações judiciais nas quais esses membros do governo taiwanês e o banco em questão buscavam impedir o bom funcionamento do empreendimento, a empresa Paraguay Synthetic Corporation foi habilitada a adquirir o PIT.
Existem muitas evidências de que o processo de leilão do Parque Industrial Taiwan ter sido feito por meio de uma associação ilícita entre o Ministério de Relações Exteriores de Taiwan, (chamado MOFA), o I.C.D.F. (Instituto de Cooperação e Desenvolvimento Financeiro), The Export Import Bank Of Republic Of China e a empresa Paraguay Synthetic Co. Corp, que através da alegada prática de vários atos ilícitos, orquestrou a compra, evitando o cumprimento das leis financeiras e tributárias nacionais, violando assim disposições do Código Penal Paraguaio e outras leis especiais referentes aos fatos já levados ao conhecimento do Ministério Público.
Apesar das tentativas dos envolvidos de maquiarem a situação, a ligação entre as empresas é evidente
através dos sujeitos constituídos como Requerente e a Adjudicatária pelos bens, através das concessões de poderes em favor do Advogado Gustavo Blas Ruiz Llano, inscrito no arquivo N 135 do ano 2003,
rotulado “O BANCO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DA REPÚBLICA DA CHINA C/ PARQUE INDUSTRIAL ORIENTE SIM AÇÃO PREPARATÓRIA PARA JULGAMENTO EXECUTIVO”.
Ali, primeiramente, no início do processo, interveio em nome do Export Import Bank Of The República Da China, e então, uma vez concluída a “operação”, receber a gestão da Paraguay Synthetic Corporation.
Este fato não só apela à intenção como também expõe a ligação entre as duas entidades, que presumivelmente escondidos das autoridades financeiras da República do Paraguai, lavaram por meio de
um operação, no mínimo suspeita, o valor de U$S 7.100.000,00 (Sete milhões e cem mil de dólares norte-americanos).
Existem sérias dúvidas sobre a origem dos referidos fundos, tendo em conta que no ato de aquisição do empreendimento não só foram utilizados cheques de terceiros, como também, o momento do
pagamento, não foram acompanhados os respectivos documentos legais , tais como: notas fiscais legais e/ou recibos legais como pagamento pelos bens adquiridos em leilão.-
Mas a trama toda vai além, e a própria forma de pagamento da Paraguai Sintético ao governo taiwanês
foi através de 12 cheques do Wachovia Bank N.A, compensados pelo ChinaTrust Comercial Bank Asunción Paraguai – cheques estes que supostamente nunca foram descontados, pois o pagador e o destinatário
eram as mesmas entidades, disfarçadas através de acordos fraudulentos envolvendo essa empresa de faxada criada para esse fim.
Apesar das denúncias perante o Ministério Público do Paraguai por evidente evasão fiscal, associação criminosa e uma série de fraudes impostas por membros do Governo de Taiwan, mesmo com a ausência
dos acusados que nunca responderam aos pedidos de esclarecimentos contra essas acusações, este mesmo Ministério Público nunca emitiu um mandado através da Interpol, surpreendendo aos envolvidos
com da imobilidade de parte deste tribunal, que deveria ser o guardião da justiça neste bravo país e que estes empresários taiwaneses escolheram para investir e viver junto com suas famílias.
E desde então o drama foi se agravando, até que no ano passado a Justiça do Paraguai ordenou a retirada de todas as máquinas e equipamentos industriais instalados dentro do parque, o que causou um
tremendo assombro entre os empresários que ali depositaram suas economias como resultado de uma vida inteira de trabalho, além do trabalho de cerca de 25 anos dentro do PIT.
Além destes, os cerca de dois mil empregados diretos que lá trabalhavam viram-se repentinamente sem trabalho, não tendo nada que garantisse seu sustento.
E é assim que, desde 2022, os outrora prósperos industriais se tornaram miseráveis, arruinados em seus sonhos, com toda sua maquinaria se deteriorando, através desta ação impetrada pela justiça paraguaia.
E enganados que foram, vítimas todos de um ardil plano arquitetado com o consentimento de autoridades que parecem fazer vista grossa ante as múltiplas evidências e fatos que comprovam que
tudo isto se trata de um grande golpe articulado por pessoas desonestas e sem escrúpulos, a começar pelos 4 funcionários do TaiwanICDF, que configuraram fraudulentamente a sociedade da Paraguay
Synthetic Corporation, já que está comprovado que são membros desta entidade parte do governo taiwanês.
PARQUE INDUSTRIAL TAIWAN ORIENTE
PARQUE INDUSTRIAL TAIWAN ORIENTE
Por Marco Antonio Freire para Foz em Destaque